quinta-feira, 10 de março de 2011

VerdeAmarelo - Joinville/Guarujá

Como não foi possível para mim participar do restante da viagem do VerdeAmarelo, segue o relato do Comandante Armando.

"- Retornei a Joinville, Santa Catarina, dia 2 março, vôo Tam saindo as 06:50 e chegando as 08:00h. objetivo do dia é destravar a bolina, conseqüência de encalharmos na Ilha dos Herdeiros quando nos dirigiamos a Marina Cubatão.
O histórico era preocupante: O Richard sofreu e (sofreu muito!) para resolver problema semelhante, um ano atrás. O Trovão havia passado um dia tentando resolver a questão, sem sucesso, semana passada.

- 10:00h desta quarta-feira, pré-carnaval, resolvi utilizar um brinquedinho tão bonito e charmoso quanto útil: um mini compressor de ar para mergulho – 12 v – que em teoria te leva até 18 metros (tamanho da mangueira). Na pratica, para jovens de 65 anos, a partir dos 12 metros falta ar.
Trabalhar com equipamento correto é uma maravilha. Analisando com calma e por baixo da bolina, o problema ficou claro: O impacto do encalhe fez com que a bolina encunhasse  na caixa no sentido longitudinal do casco. Ou seja, tentar levantar ou descer não iria funcionar.
Solução: uma cinta de poliester para 6 ton em volta da bolina; 2 roldanas pesadas, emprestadas do Cairu II de cada lado do casco; cabos pegando tudo e, passando pela proa e indo até as catracas wimag 53 da popa. Um calculo aproximado dos esforços levou a 8 ton tracionando a bolina pra frente. Este serviço foi feita a tarde. Demorou uns 45 min para preparar tudo, a maior parte em baixo d´agua. 1 min. em cada manicaca  e “plack” um barulho seco, não  forte, indicando o descunhamento da bolina. Novo mergulho para retirar toda aquela parafernália e subir a bolina!Queridos Richard & Eduardo, podem ficar com inveja!
De manhã já havíamos montado a mestra e subido a genoa apesar do pequeno problema no foil.
Uma pausa no meio do dia para visitar o Cairu II e almoçar com nossos queridos amigos Eduardo Regua; Ricardo Pinto; João Cearense e o Jair que reformou o Cairu. Uma moqueca de garoupa no JIC (Joinville iate clube). Á mesa, parte da historia dos multicascos no Brasil.

Quinta-feira: 03/março – 12:30h.
Zarpamos, eu e o Richard (Pereira-imediato) atravessamos o rio Cubatão, paramos na Marina das Garça onde o gerente Sr. Tarso nos abasteceu de gasolina.

Registro: A educação e gentileza com que somos recebidos em Santa Catarina, Marina Cubatão, em especial, é longe, a melhor do Brasil, guiça do mundo. Existe uma boa vontade de todos que contagia e torna qualquer problema pequeno.

Motoramos até o Capri (Iate Clube – São Francisco do Sul), onde fomos comer o celebre peixe a portuguesa. Á noite chegou o Bacco que junto com o Richard foram pegar caranguejo.

Sexta-feira: 04 março – 06:00h.
É incrível a facilidade e disposição para se acordar cedo a bordo.
Sofremos, como sempre, para manobrar o Verde-Amarelo em espaços confinados, por preguiça em levantar o leme e ficar o barco somente com o motor solto. Levantar o leme sigifica desmontar a fortuna...5 min....

Direção: Bom Abrigo – 76 MN. vento fraco. Mar sul ondas de 2.0 metros.
Motoramos até as 14:30h quando o Sueste firmou e pudemos velejar.
Aportamos no Bom Abrigo às 17:15.

Surpresa e das boas! O Bacco revelou seus fortes dotes de cozinheiro:macarronada com camarão e molho de tomate; a altura do Rufino´s.
Acho que parte desta qualidade é inspiração do Bom Abrigo: Decada de 90 paramos lá com o Reforça e comemos uma bicuda com alcaparra e alho, junto com o Edson Fajardo e Gunther Zikeli que costuma relembrar o fato dizendo que foi o melhor peixe da sua vida. Amigos são para estas coisas. Já em 2000 o Dinho – Armando Andrade – preparou um camarão (comprado do pesqueiro ao lado) com temperos que havia trazido. O Edson Martim ainda hoje saliva quando relembra o fato.
Outra surpresa e boa: O 60 cv E-Tec mostrou-se extremamente econômico a 3.600 rpm. Gastou mais ou menos 5,5 litros/hora andando a 7,5 nós.

Ops: Nenhum barco de pesca!? Carnaval.     

Sábado: 05 março – 06:00h

Destino: Indefinido!
Algumas dezenas de vezes fiz esta viagem,  parei no Bom Abrigo, e fui direto para Santos ou Guaruja.
Esclareço: São 108 MN ou 120 MN. Para o D-1, com seus 2 Yanmar 75 cv com qualquer mar, são 10 a 12 horas. Ou seja, começo da noite e você já esta abrigado.
Em outubro de 2010, com o Luiz Portugues, fizemos este trecho em 12 horas, somente velejando, com o Verde-Amarelo. Mas as condições de mar e vento (Sul – 15 -18 nós) eram perfeitos.
Nossa previsão era boa: mar sul e vento de 12 nós.

Assim, tínhamos 2 opções

A – Guaraú a 65 MN
B – Santos a 108 MN

Zarpamos, chuva, mar sueste e vento 12 nós. Velocidade do V.A., 8 a 8,5 nós.
Lá pelos 11:00h, decidimos ir pro Guaraú, onde chegamos ás 15:30h.
O Bacco confirmou-se como grande mestre-cuca preparando uma invenção: batatas, cebolas, alho, azeite português, linguinça defumada ao molho de cerveja!
17:00h entra nosso velho Noroeste com muita chuva e seus 35 nós de rajada. O Verde-Amarelo garrou e correu uns 200 metros direção praia. Motor, chuva e voltamos pro lugar. Aparentemente, sem problemas. Aparentemente! A  noite percebemos que no caturro da manobra novamente havia entrado água pela popa. No Guarujá teremos que resolver definitivamente este problema.
Cansei: é a terceira vez! Como o Atomos e o Richard conviveram com a coisa é um mistério invejoso, porque não é um problema novo.

Domingo – 06 março – 06:00h
Destino: Marina Tropical – Guaruja – 60 MN
Previsão do dia anterior: Mar Sul – 2 metros – Ventos Este/Sueste 10 nós.
Realidade: Mar – Nihil -!! - Vento: Nihil.

Como havíamos poupado gasolina, estávamos com nosso maior tanque com 80 titros,  “so”, vamos gastar como bom lancheiro: motor a 4.600 rpm e velocidade de 9 nós.
Ás 13:00, traves do Guarujá entrou o Leste com seus 10 nós, bem na nossa proa!
14:00h cruzamos a Ponta do Indio e entramos no canal de Bertioga.
Ao passar pelas bóias da Marina Porto do Sol, nova surpresa: Acabou a gasolina Andamos na maré uns 15 min até religar o motor. Ele fica bravo e demora pra relizar quando isto ocorre (é a segunda vez). Afoga, desafoga, os eletrônicos se desentendem.
15:00h – chegamos ao nosso destino.
Numa manobra de sorte, entramos na Marina Tropical com vento e correnteza sem bater!
16:00h – O peixe da Marina, lamentavelmente deixava a desejar! Ocorreu-me que foi praga do Bacco para se promover ainda mais!

Observações:

- Fizemos a viagem inteira com a mestra rizada. Podemos ter andado 0,5 a 1,0 nós a menos, mas o ganho em tranqüilidade compensa.

- O Etec 60 cv, é bastante confiável, o que acredito ser o maior elogio a um motor de popa. Inexplicável, e não vou nem tentar falar com os “experts”, é gastar 5,5 litros/hora a 3.600 rpm e 11 litros a 4.600 rpm!!!"

Um comentário:

  1. Ola, vendo no forum Nautico voce faz mensão ao boiler , na oportunidade, colocar uma foto do Barco Arara, com um aquecedor de passagem, posso dizer que funciona muito bem , inclusive tenho no meu motor home, e hoje fiz outro barco tambem coloquei o aquecedor de passagem, Ararinha. veja no meu blog. www.ericoneves.blogspot.com grande abraço
    erico

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