domingo, 24 de maio de 2020

Dez Erros Comuns na Compra de um Barco




1. Não considerar as necessidades futuras

Pense à frente. Famílias com crianças pequenas devem levar em consideração como desejam usar o barco à medida que as crianças crescem.
Os iniciantes no esporte supõem que vão gostar de velejar e que vão  aumentar a utilização de seu barco no futuro, à medida que forem se acostumando mais. Uma família com interesses variados na água deve tentar definir os limites de uso futuro para o qual deseja usar o barco. E aí, comprar um barco adequado para essas atividades. A maioria dos barcos é projetada para fins específicos, por isso é inteligente encontrar um que se adapte a um determinado estilo de vida. Não compre um barco de regatas se o plano for cruzeirar ou morar a bordo – e vice-versa.


2. Comprar um barco muito pequeno (ou muito grande)

A manutenção de um barco não é barata, por isso é natural querer comprar o menor barco para atender às necessidades básicas. O problema é que, após uma ou duas temporadas, a maioria das pessoas evolui e ultrapassa o seu barco e quer um maior. Trocar o barco 1 pelo barco 2 significa ter que pagar duas comissões de vendas. A maioria das pessoas pode economizar dinheiro comprando o barco um pouco maior de cara.
Comprar um barquinho de 16 pés pode parecer a coisa certa a fazer no primeiro momento, mas a maioria das pessoas supera-os rapidamente. Além disso, eles geralmente são limitados à navegação em águas protegidas, em pequenos lagos, rios e baías. Mas gastando apenas um pouco mais com um barco um pouco maior, resultará em um barco de maior porte, capaz de navegar em lagos maiores e em águas costeiras, o que expande em muito o horizonte a ser explorado.



Por outro lado, muitas pessoas têm a tendência de querer comprar o maior barco que caiba no seu orçamento, não atentando para o fato de que os custos de abrigo e manutenção de um barco podem chegar a custar 10% do valor de compra ao ano, ou seja, acabam gastando todo o dinheiro na compra e ficando sem ter como fazer frente aos custos de manutenção. Até porque, quanto maior o barco, mais cara a manutenção, as peças, motores, velas etc. Além disso, num barco maior, tudo também é maior – as vela são mais pesadas para manusear, os esforços são maiores, a tripulação precisa ser mais numerosa, enfim, tudo cresce proporcionalmente.
Costumo aconselhar aos meus clientes que adquiram o menor barco com o qual seja possível fazer o que eles desejam, realizar o seu sonho náutico.

                 

3. Não consultar o cônjuge ou companheiro

Este é um erro fatal. Consulte o cônjuge, mais que isso, envolva-o o quanto antes e com frequência. Na maioria dos casais, o cônjuge tem poder de veto sobre as grandes despesas familiares. Certifique-se de que o seu cônjuge esteja “dentro do projeto” antes de prosseguir. Considere deixar seu cônjuge selecionar o barco (com a devida orientação, é claro) para obter melhores resultados.


4. Não pesquisar devidamente

Um barco é provavelmente a coisa mais complexa que uma pessoa compra, geralmente mais do que uma casa, com a qual a maioria das pessoas está familiarizada. Faça uma busca detalhada e leia tudo o que há disponível sobre o tipo e tamanho de barco desejado. Se for o caso, não se acanhe de contratar ajuda profissional, especialmente se você for principiante. Costuma ser um dinheiro bem investido. Um comprador bem informado tem muito mais probabilidade de ter uma experiência mais satisfatória.

                                   Buyer's Guide to Brokers And Dealers - Boat Trader Blog

5. Seguir cegamente conselhos da Internet

Ao pesquisar para a compra de um barco, tenha cuidado ao valorizar demais os comentários encontrados nos fóruns da Internet. Os autores muitas vezes têm alguma questão pessoal ou ficaram chateados com o estaleiro ou vendedor e transferem esse descontentamento para o produto. Algumas postagens são feitas por um concorrente contra o outro. Em alguns casos, uma reclamação legítima não é mais válida porque a empresa mudou de mãos ou já corrigiu o problema. Em resumo, o “Dr. Google” deve ser consultado com o devido cuidado e parcimônia.


6. Presumir que comprar um barco seja como comprar um carro

A maioria dos velejadores não tem ideia de quão poucos barcos novos são vendidos a cada ano. Provavelmente tantos quantos são vendidos automóveis por semana, ou menos. Como resultado, todo o processo de compra de um barco é diferente da compra de um carro. Por exemplo, a maioria dos construtores de barcos menores não iniciará a construção do barco até que haja o depósito do sinal. Em barcos maiores, muito poucos são vendidos a cada ano. E mesmo os maiores revendedores não podem se dar ao luxo de ter uma grande variedade de barcos à pronta entrega. Isso significa que os consumidores devem fazer suas pesquisas em casa, depois visitar os revendedores e conhecer quais são suas opções. Não presuma que um revendedor terá exatamente o que você deseja em estoque – isso (quase) nunca é verdade. E no caso de barcos usados, que são a maioria nos negócios que acontecem, a questão se torna ainda mais crítica.

Desmistificando o Feirão de Carros - Matel

7. Espremer demais o vendedor

Embora muitos revendedores de automóveis operem com uma margem de apenas 3 a 5% por carro, eles também vendem centenas de automóveis a cada ano. Um revendedor de barcos vende apenas alguns barcos novos a cada ano, mas ainda tem que pagar impostos altos, aluguéis, ter uma equipe, pagar pelo treinamento e tudo o mais. Os revendedores de automóveis ficam ricos - os revendedores de barcos não. A maioria está no negócio porque ama barcos e navegar. Os consumidores que “forçam” na pechincha e querem sempre levar muita vantagem, geralmente recebem muito menos.

Cascos Enferrujados Boom Do - Foto gratuita no Pixabay

8. Supor que todos os barcos sejam iguais

Novamente, muitos compradores de barcos assumem que as leis, protocolos e padrões governamentais vigentes na indústria automobilística também são aplicáveis à indústria náutica.

Não é bem assim. Os requisitos de construção de barcos no Brasil são poucos e muito específicos. 

A ACOBAR (Associação Brasileira dos Construtores de Barcos – acobar.org.br) vem trabalhando forte, com grande sucesso, para padronizar os procedimentos técnicos e construtivos, mas a adoção dos mesmos pelos construtores ainda é voluntária. Os melhores construtores seguem conscientemente praticamente todos os padrões, mas os pequenos construtores geralmente escolhem quais padrões seguir, quando seguem algum. Tudo isso significa que uma pesquisa cuidadosa da integridade do construtor de barcos é importante, bem como das características do barco. 

No mercado de barcos usados, a maioria construídos muito antes da adoção (ou mesmo, da existência) de quaisquer normas técnicas aplicáveis, o cuidado precisa ser redobrado. 

A indústria náutica, no Brasil, é, na melhor das hipóteses, em grande parte semiartesanal, ou seja, mesmo os maiores estaleiros raramente possuem escala industrial de produção então, comparações com a indústria automobilística são descabidas como comparar bananas com laranjas.


9. O melhor lugar para comprar um barco é em um boat-show

Isso nem sempre é verdade. Na verdade, existem outros momentos e locais em que os barcos podem ser comprados a preços e/ou condições melhores.

Para comprar um barco, o melhor é deixar passar a alta temporada (verão), pois a demanda diminui e, no inverno, a utilização costuma ser menor enquanto os custos de manutenção se mantêm, então é o momento em que muitos proprietários resolvem vender seus barcos. Para vender, é exatamente o contrário – a melhor época é um pouco antes do verão, quando a demanda por embarcações aumenta. Pois todo mundo quer navegar na alta estação.

Dito tudo isso, um comprador deve saber que ... ter muitos barcos lado a lado faz com que um boat-show seja um ótimo lugar para entrar em muitos deles ao mesmo tempo e comparar características, construção e acabamento, além das condições de venda.

Os estaleiros e revendas costumam induzir os clientes a esperar pelos boat-shows para obter melhores condições, mas essa tendência tem mudado nos últimos anos.

                                Southampton Boat Show

10. Procurar um barco “de barbada”

Os dias de “liquidação” de barcos terminaram. Após a crise financeira de 2008, muitos estaleiros foram forçados a vender barcos quase a preço de custo para fazer fluxo de caixa.

No entanto, uma porcentagem significativa de revendedores faliu. Da mesma forma, o número de estaleiros contraiu em mais de 50%.
Hoje, a maioria dos estaleiros responsáveis monitora o estoque do revendedor e toma cuidado para não produzir em excesso. Muitos, de fato, exigem um depósito/sinal do consumidor antes mesmo de iniciar a construção. Essa prática vai no melhor interesse dos consumidores e dos próprios revendedores e construtores.

Como resultado, um comprador de barco que sabe exatamente qual marca e modelo deseja, deve contratar com antecedência, dependendo do tamanho do barco, pois atualmente, a maioria dos barcos com mais de 30 pés é feita sob encomenda.


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