1. Não considerar as
necessidades futuras
Pense à frente. Famílias com
crianças pequenas devem levar em consideração como desejam usar o barco à
medida que as crianças crescem.
Os iniciantes no esporte supõem
que vão gostar de velejar e que vão
aumentar a utilização de seu barco no futuro, à medida que forem se
acostumando mais. Uma família com interesses variados na água deve tentar
definir os limites de uso futuro para o qual deseja usar o barco. E aí, comprar
um barco adequado para essas atividades. A maioria dos barcos é projetada para
fins específicos, por isso é inteligente encontrar um que se adapte a um
determinado estilo de vida. Não compre um barco de regatas se o plano for
cruzeirar ou morar a bordo – e vice-versa.
2. Comprar um barco muito
pequeno (ou muito grande)
A manutenção de um barco não é
barata, por isso é natural querer comprar o menor barco para atender às
necessidades básicas. O problema é que, após uma ou duas temporadas, a maioria
das pessoas evolui e ultrapassa o seu barco e quer um maior. Trocar o barco 1
pelo barco 2 significa ter que pagar duas comissões de vendas. A maioria das
pessoas pode economizar dinheiro comprando o barco um pouco maior de cara.
Comprar um barquinho de 16 pés
pode parecer a coisa certa a fazer no primeiro momento, mas a maioria das
pessoas supera-os rapidamente. Além disso, eles geralmente são limitados à
navegação em águas protegidas, em pequenos lagos, rios e baías. Mas gastando
apenas um pouco mais com um barco um pouco maior, resultará em um barco de
maior porte, capaz de navegar em lagos maiores e em águas costeiras, o que
expande em muito o horizonte a ser explorado.
Por outro lado, muitas pessoas
têm a tendência de querer comprar o maior barco que caiba no seu orçamento, não
atentando para o fato de que os custos de abrigo e manutenção de um barco podem
chegar a custar 10% do valor de compra ao ano, ou seja, acabam gastando todo o
dinheiro na compra e ficando sem ter como fazer frente aos custos de
manutenção. Até porque, quanto maior o barco, mais cara a manutenção, as peças,
motores, velas etc. Além disso, num barco maior, tudo também é maior – as vela
são mais pesadas para manusear, os esforços são maiores, a tripulação precisa
ser mais numerosa, enfim, tudo cresce proporcionalmente.
Costumo aconselhar aos meus
clientes que adquiram o menor barco com o qual seja possível fazer o que eles
desejam, realizar o seu sonho náutico.
3. Não consultar o cônjuge ou
companheiro
Este é um erro fatal. Consulte o
cônjuge, mais que isso, envolva-o o quanto antes e com frequência. Na maioria
dos casais, o cônjuge tem poder de veto sobre as grandes despesas familiares.
Certifique-se de que o seu cônjuge esteja “dentro do projeto” antes de
prosseguir. Considere deixar seu cônjuge selecionar o barco (com a devida
orientação, é claro) para obter melhores resultados.
4. Não pesquisar devidamente
Um barco é provavelmente a coisa
mais complexa que uma pessoa compra, geralmente mais do que uma casa, com a
qual a maioria das pessoas está familiarizada. Faça uma busca detalhada e leia
tudo o que há disponível sobre o tipo e tamanho de barco desejado. Se for o
caso, não se acanhe de contratar ajuda profissional, especialmente se você for
principiante. Costuma ser um dinheiro bem investido. Um comprador bem informado
tem muito mais probabilidade de ter uma experiência mais satisfatória.
5. Seguir cegamente conselhos
da Internet
Ao pesquisar para a compra de um
barco, tenha cuidado ao valorizar demais os comentários encontrados nos fóruns
da Internet. Os autores muitas vezes têm alguma questão pessoal ou ficaram
chateados com o estaleiro ou vendedor e transferem esse descontentamento para o
produto. Algumas postagens são feitas por um concorrente contra o outro. Em
alguns casos, uma reclamação legítima não é mais válida porque a empresa mudou
de mãos ou já corrigiu o problema. Em resumo, o “Dr. Google” deve ser
consultado com o devido cuidado e parcimônia.
6. Presumir que comprar um
barco seja como comprar um carro
A maioria dos velejadores não tem
ideia de quão poucos barcos novos são vendidos a cada ano. Provavelmente tantos
quantos são vendidos automóveis por semana, ou menos. Como resultado, todo o
processo de compra de um barco é diferente da compra de um carro. Por exemplo,
a maioria dos construtores de barcos menores não iniciará a construção do barco
até que haja o depósito do sinal. Em barcos maiores, muito poucos são vendidos
a cada ano. E mesmo os maiores revendedores não podem se dar ao luxo de ter uma
grande variedade de barcos à pronta entrega. Isso significa que os consumidores
devem fazer suas pesquisas em casa, depois visitar os revendedores e conhecer
quais são suas opções. Não presuma que um revendedor terá exatamente o que você
deseja em estoque – isso (quase) nunca é verdade. E no caso de barcos usados,
que são a maioria nos negócios que acontecem, a questão se torna ainda mais
crítica.
7. Espremer demais o vendedor
Embora muitos revendedores de
automóveis operem com uma margem de apenas 3 a 5% por carro, eles também vendem
centenas de automóveis a cada ano. Um revendedor de barcos vende apenas alguns
barcos novos a cada ano, mas ainda tem que pagar impostos altos, aluguéis, ter
uma equipe, pagar pelo treinamento e tudo o mais. Os revendedores de automóveis
ficam ricos - os revendedores de barcos não. A maioria está no negócio porque
ama barcos e navegar. Os consumidores que “forçam” na pechincha e querem sempre
levar muita vantagem, geralmente recebem muito menos.
8. Supor que todos os barcos
sejam iguais
Novamente, muitos compradores de
barcos assumem que as leis, protocolos e padrões governamentais vigentes na
indústria automobilística também são aplicáveis à indústria náutica.
Não é bem assim. Os requisitos de
construção de barcos no Brasil são poucos e muito específicos.
A ACOBAR
(Associação Brasileira dos Construtores de Barcos – acobar.org.br) vem
trabalhando forte, com grande sucesso, para padronizar os procedimentos
técnicos e construtivos, mas a adoção dos mesmos pelos construtores ainda é
voluntária. Os melhores construtores seguem conscientemente praticamente todos
os padrões, mas os pequenos construtores geralmente escolhem quais padrões
seguir, quando seguem algum. Tudo isso significa que uma pesquisa cuidadosa da
integridade do construtor de barcos é importante, bem como das características
do barco.
No mercado de barcos usados, a maioria construídos muito antes da
adoção (ou mesmo, da existência) de quaisquer normas técnicas aplicáveis, o
cuidado precisa ser redobrado.
A indústria náutica, no Brasil, é, na melhor das
hipóteses, em grande parte semiartesanal, ou seja, mesmo os maiores estaleiros raramente
possuem escala industrial de produção então, comparações com a indústria
automobilística são descabidas como comparar bananas com laranjas.
9. O melhor lugar para comprar
um barco é em um boat-show
Isso nem sempre é verdade. Na
verdade, existem outros momentos e locais em que os barcos podem ser comprados
a preços e/ou condições melhores.
Para comprar um barco, o melhor é
deixar passar a alta temporada (verão), pois a demanda diminui e, no inverno, a
utilização costuma ser menor enquanto os custos de manutenção se mantêm, então
é o momento em que muitos proprietários resolvem vender seus barcos. Para
vender, é exatamente o contrário – a melhor época é um pouco antes do verão,
quando a demanda por embarcações aumenta. Pois todo mundo quer navegar na alta
estação.
Dito tudo isso, um comprador deve
saber que ... ter muitos barcos lado a lado faz com que um boat-show seja um
ótimo lugar para entrar em muitos deles ao mesmo tempo e comparar características,
construção e acabamento, além das condições de venda.
Os estaleiros e revendas costumam
induzir os clientes a esperar pelos boat-shows para obter melhores condições,
mas essa tendência tem mudado nos últimos anos.
10. Procurar um barco “de barbada”
Os dias de “liquidação” de barcos
terminaram. Após a crise financeira de 2008, muitos estaleiros foram forçados a
vender barcos quase a preço de custo para fazer fluxo de caixa.
No entanto, uma porcentagem
significativa de revendedores faliu. Da mesma forma, o número de estaleiros contraiu
em mais de 50%.
Hoje, a maioria dos estaleiros responsáveis
monitora o estoque do revendedor e toma cuidado para não produzir em excesso.
Muitos, de fato, exigem um depósito/sinal do consumidor antes mesmo de iniciar
a construção. Essa prática vai no melhor interesse dos consumidores e dos
próprios revendedores e construtores.
Como resultado, um comprador de
barco que sabe exatamente qual marca e modelo deseja, deve contratar com
antecedência, dependendo do tamanho do barco, pois atualmente, a maioria dos
barcos com mais de 30 pés é feita sob encomenda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário